1.10.2011

Aqui, bem perto de ti


Esta noite não dormi, fiquei a olhar para o céu, a olhar para as estrelas enquanto ouvia os ruidosos (mas silenciosos) sons nocturnos. Passei minutos a fio sem pestanejar, sem mover o olhar. Fixei o meu pensamento numa só estrela, a mais brilhante (talvez) e imaginei-te ali ao meu lado, abraço a mim pronunciando palavras que nunca antes tinham sido ditas, coisas lindas de ouvir.
Tudo brilhava. Brilhava a Lua, brilhavam as estrelas e na estrada existiam as sombras das luzes dos passeios, também essas desesperadas.
Debrucei-me no parapeito da janela, sentei-me com as pernas do lado de fora. Senti-me livre, emanava aquele ar puro. Sabia que necessitava daquilo. Necessitava de tomar decisões, de viver enquanto as outras vidas dormiam.
Vesti o casaco, prendi o cabelo com uma trança tal e qual como usava quando ainda não tinha problemas de adolescente, calcei-me e de mãos nos bolsos fui andar por aí sem rumo, sem destino.
Discretamente ia olhando pelas janelas e vi felicidade, tristeza, mágoa, solidão e união. Naquele momento não sentia nada daquilo, aliás, estava imune. Tinha perdido os sentidos e não sabia o que era “sentir”, não sabia conjugar o verbo em qualquer modo ou tempo verbal. Não sentia felicidade nem tristeza. Não sentia desespero nem orgulho. Simplesmente, não sentia.
Soube, então, que não preciso de “ninguém” para ser feliz, não preciso de nada, não preciso do ar, não preciso mar, não preciso das flores, preciso de mim e de ti, preciso de nós (só e apenas). Já não preciso de promessas para acreditar, nem de sonhos para sonhar porque desde o inicio que a nossa vida é o meu real sonho.
Sempre quis valorizar todos os momentos, mas fui como todos os outros, um reles e insignificante ser humano, um reles e insignificante ser humano que fez renascer muitos sorrisos, fez derramar muitas lágrimas, e, talvez, tenha feito florescer alguns corações.
Nunca me levaram para uma ilha paradisíaca e longínqua, mas para quê viajar se o amor está mesmo aqui, presente?! Não interessa o tempo nem o lugar, interessa sim o sentimento. Não desejo nada; não desejo voltar atrás nem adivinhar o que esta em frente.Voltei para casa. Despi o casaco, descalcei-me e desfiz a minha trança enquanto sorria para o espelho. Deitei-me e olhei uma vez mais para o céu, desta vez já sem estrelas, com a lua apenas, uma vez que já era de manhã. Coloquei o meu coração no sítio, estava agora do teu lado a palpitar de tanta felicidade que lhe proporcionavas. Fechei os olhos e tentei dormir, fazer aquilo que não havia feito durante todas aquelas horas em que permaneci a olhar para as estrelas, para a mais brilhante, a pensar em ti.

Sonho com um nada que preenche o nosso amor e acordo feliz, como se tu tivesses mesmo ali, ao meu lado, ao pé de mim a acordares-me com o “amo-te” dito no meu ouvido, que faria o meu coração apertar de tanto te amar.

3 comentários:

André disse...

O texto está lindo mesmo!
Como todos os outros não há dúvidas que tu escreves muito bem! :)

Diogo Passos disse...

Gostei mesmo namorada linda *.*
Eu amo-te e sabes que nada nos separa $:

- paulamartins * disse...

adorei (: