12.03.2010

Alguém como eu, alguém semelhante a mim


Juntas peças ao acaso. Peças, essas, que encontras quando percorres o mais doloroso e desafiante caminho. Quando te sentes só. São elas que acabas por recolher e guardas só para ti.
É durante esse percurso que experimentas a sensação de encontrar alguém, algum Homem, ao qual possas associar alguma personalidade histórica ou possas profetizar o seu carácter ou o seu destino. Dedução que necessariamente falharás e concluirás que não existe ninguém, nem a nível físico nem psíquico, igual a ele.
Apercebe-te que não existe ninguém semelhante a tua imagem e reconhece a falta que sentes de alguém que (no passado) fez parte e esteve dentro de ti.
Sob a máscara do esquecimento e do equívoco, questiona-te com o “Se os outros se observassem a si próprios, atentamente, como eu me observo, achar-se-iam, tal como eu, cheios de inanidade e tolice?!”
A ideia e a prática comuns de olhar para outros lados que não para ti mesmo de muito te tem valido! És para ti mesmo objecto de descontentamento. Em ti não vês senão miséria e vaidade.
Lembra-te, apenas, que o teu coração é, em geral, uma fonte de ilusões e que sofrer ainda é viver.
Acredita que a vida está, constantemente, a testar-te ao nível da tua confiança e tem grande recompensa reservada àqueles que demonstram uma confiança sem fim para agir até conseguir.
Abraça a tua decisão e relembra que os ausentes fazem sempre mal em voltar; Que a ausência é um remédio contra o ódio e uma arma contra o amor. Lembra-te que é nos momentos de decisão que o teu destino é traçado.
«Na minha infância, pela minha cidade, procurei sempre alguém igual a mim. Alguém que se assemelhasse a minha imagem, mas nunca encontrei.»


1 comentário:

Diogo Passos disse...

Ainda dizes tu que escreves mal amor $: