Para nunca mais voltar

Sinto-me humilhada, maltratada e furiosa, mas sei que não tenho sido vencida. Ainda me sinto viva e, quando na noite passada olhei para o céu, jurei a mim mesma que irei sobreviver a tudo o que me fazes, a todas as lágrimas que me provocas e a este sentimento doentio que tenho por ti.
Já me cansei da dor que me ofereces de "mãos beijadas" todos os dias, todas as noites. Já me cansei de ouvir aquelas tuas palavras ditas e não sentidas, as ditas, sentidas e apagadas, as que não foram ditas, as que deviam ter sido ditas, as escritas e não gravadas, as escritas e sublinhadas, as escritas e não mostradas, as mostradas e não sentidas, as sentidas e não demonstradas, as não pensadas e as não verdadeiras, as não mais ouvidas e as não mais sentidas.
Era inimaginável que iriamos vir a perder aquele nosso amor, aquele sol das nossas vidas. Eras alguém e eu amava-te. Gostava dos teus mimos, daquelas músicas que me cantavas, dos abraços, das palavras de segurança e aconchego. Gostava de ti por completo, sem "quês", sem pontos, apenas com vírgulas, só com vírgulas.
Mas tu foste e isso para mim, foi como o mundo tivesse desabado em cima: perder-te a ti era e continua a ser sinónimo de perder tudo.
Hoje eu ainda sorrio, mas agora, sorrio com as lágrimas nos olhos porque desta vez eu desisti, não de ti, mas sim de nós.

Adeus, até um dia!