5.21.2011

Lua


É a mais bela noite de lua cheia, a noite em que tudo aquilo que eu guardei na gaveta das recordações vem à superfície. Nunca deixou de acontecer, na verdade. Mas a realidade é que durante muitos anos, esperei em vão por aquilo que mais queria, enquanto que a lua continuava a descrever a sua trajectória ao longo daquela escura imensidão. Dei por mim com os olhos fixos num "coração" que estava separado de mim por um palmo e meio, e do qual eu esperava o impossível. Sabia que nunca iria bater por mim, mas não era por essa razão que eu desviava o olhar. Continuei a inspirar a esperança de um dia me olhar só mais uma vez, nem que fosse só de passagem. (...) E quando finalmente reparou em mim, senti um formigueiro estranho no meu estômago. Uma sensação completamente nova para mim. E, por um breve instante, quase tenho a sensação de que estamos novamente juntos.