1.17.2011

Incrível



Chamo-me Eduardo (o nome pode ser fictício). Namorei durante três anos. Quando conheci a Paula, ambos tínhamos dezassete anos. Nos três primeiros meses tudo correu às mil maravilhas. Depois tornou-se tudo um autêntico inferno. Ela era muito ciumenta, começou a fazer escândalos. Zangava-se por motivos fúteis. O problema era que eu a amava muito. Faria de tudo por ela, achando que um dia tudo mudaria (que ingenuidade). Terminamos e voltamos por várias vezes. Chegou ao ponto de nos zangarmos por tudo e por nada. Decidimos que realmente não valia a pena insistir e terminamos definitivamente. Fiquei muito mal e ficava em casa, não tinha vontade de sair, não conseguia dormir. Passaram sete dias, não aguentei e liguei para casa dela. No meio da conversa confessou-me que tinha saído com outro rapaz e tinha ficado com ele e ainda teve a falsidade de me dizer que tinha sido para me esquecer. Não esquecerei, nunca, aquela chamada. Parecia que alguém tinha colocado uma faca no meu coração, mas contive as lágrimas ao telefone e mantive a voz, serena. Disse-lhe que não havia problema algum e que nunca mais a procuraria novamente. Desliguei o telefone e fui para o quarto, parecia que nada mais nesta vida tinha sentido. Não consegui dormir naquela noite. Os dias foram passando e a dor só vinha a piorar. O meu rendimento na escola desceu drasticamente, já não me importava mais com nada. Ao chegar a casa tinha sempre a vontade de ligar, mas meu orgulho não deixava. Quando eu ia dormir rezava muito para esquecer aquele amor que só me trazia tristeza. De nada adiantava. Os quinze primeiros dias só foram mergulhados na tristeza, mas depois o coração foi se adaptando. Consegui deixar as emoções de lado e comecei a pensar nos factos, fui assimilando melhor e tudo foi passando. Até voltar ao normal, claro, quem nunca teve uma recaída dos sentimentos pelo ex-companheiro? Isso é normal, mais que normal. Depois de três meses, adivinha quem me liga? Era ela! O meu coração tinha sido apanhado de surpresa, passaram-me mil e uma coisas na cabeça em fracções de segundo. Tive vontade de chorar e rir ao mesmo tempo. Voltei à realidade, sem nenhuma hesitação, a minha voz ficou serena, mas nada de intimidades, estava a falar-lhe de uma forma “seca”. Em dado momento, ela pediu-me para conversar comigo pessoalmente, pois ainda me amava. Os meus olhos encheram-se de lágrimas, o meu coração sabia que eu ia sofrer então de repente comecei a cantar a seguinte música: "Cuide bem do seu amor, seja quem for..." Ela começou a chorar ao telemóvel. Comecei então a chorar, mas continuei a cantar a música e ela suplicando e pedindo para eu voltar, pois ela sabia que tinha errado muito e que tinha perdido a pessoa que mais a valorizava. O meu coração não teve outra saída, a não ser desligar o telemóvel na cara dela. Decidi então, naquele mesmo dia, “tirar umas férias”. Dois dias depois estava sozinho na praia sentado na areia a ver as ondas do mar. Era um final de tarde, era tudo tão calmo, tão bom e estava a sentir-me bem naquele ambiente. O meu telemóvel começa a tocar. Era a minha mãe a dizer que a Paula tinha sido encontrada morta, cometeu o suicídio. Ao lado dela, foi encontrada uma carta, onde dizia: "Pai e Mãe, eu amo-vos, não fiquem tristes por mim, pois a minha vida não tinha sentido. Eu tive a pessoa mais importante do mundo nas minhas mãos e deixei-a escapar. Eu amo o Eduardo e amá-lo-ei eternamente, mas sei que ele não quer mais ficar comigo. Por favor, não fiquem transtornados com ele. Eu sou a culpada de tudo, tratava-o como se fosse um qualquer. Quando terminamos descobri que ele era tudo para mim, mas foi tarde demais. Tenho um recado e quero que vocês passem para todos os jovens desse mundo: "Cuide Bem Do Seu Amor, Seja Quem For..."

(Relatos verídicos)

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